A Rapariga no Comboio
Autor: Paula Hawkins
Ano: 2015
Número de páginas: 320
Editora: Topseller
Classificação: 5/5
Síntese: "Todos os dias, Rachel apanha o comboio... No caminho para o trabalho, ela observa sempre as mesmas casas durante a sua viagem. Numa das casas ela observa sempre o mesmo casal, ao qual ela atribui nomes e vidas imaginárias. Aos olhos de Rachel, o casal tem uma vida perfeita, quase igual à que ela perdeu recentemente. Até que um dia Rachel assiste a algo errado com o casal. É uma imagem rápida, mas suficiente para a deixar perturbada. Não querendo guardar segredo do que viu, Rachel fala com a polícia. A partir daqui, ela torna-se parte integrante de uma sucessão vertiginosa de acontecimentos, afetando as vidas de todos os envolvidos."

Critica:
Sem grande margem de argumentação, este é o livro do momento. O livro da moda, o que mais vende, um dos que mais dá que falar. Quando li algures que se assemelhava aos thrillers psicológicos da Gillan Flynn, de quem tanto gosto, decidi ler.
O livro inicia com a protagonista, Rachel, uma mulher de trinta anos, traída, divorciada, alcoólica, desempregada e com excesso de peso, que gosta de apreciar as suas rotineiras viagens de comboio . É através do vidro da janela que Ratchel repara nos pormenores, aumenta-os e se preenche de fantasias. Especificamente com um casal utópico que vive na rua onde no passado esta vivera com o ex-marido e onde este ainda vive com sua esposa atual, Anna.
A vida de Ratchel é um fracasso. Quando a mulher do casal com que Ratchel fantasia desaparece, esta vê-se envolvida no processo e a sua vida torna-se ainda mais confusa e perigosa. É com o desaparecimento de Megan que Rachel percebe que aquilo que pensava conhecer até ali era uma ilusão.
À medida que li o livro(devorei-o em seis horas de folga), entendi o porquê da comparação aos livros da Gillian. Todas as personagens são muito bem conseguidas e a forma como a autora decidiu organizar a narrativa repartindo-a pelas perspetivas de Rachel, Anna e Megan foi brilhante. Não só a escrita de ambas é limpa, detalhada e brutalmente honesta, revelando sem pudores a imperfeição e fraqueza humana, como nos prende de uma forma completamente distinta e impede-nos de pousar o livo até à ultima página. Seja pelo verdadeiro twist a meio do livro, seja pela sensação perturbadora de que a base das relações humanas é a mentira.
Peca apenas por um ou outro aspeto mais previsível. Ainda assim, uma leitura fácil, viciante, inquietante.
Recomendo!