O jantar

Autor: Herman Koch

Ano: 2015

Número de páginas: 304

Editora: Alfaguara

Classificação: 4/5 

Sintese: "Noite de Verão em Amsterdão: dois casais encontram-se para jantar num restaurante. A trivialidade da conversa, sobre férias e trabalho, entre garfadas satisfeitas e sorrisos educados, deixa adivinhar um jantar aparentemente normal.  É quando chega o prato principal que descobrimos que os casais não se juntaram para jantar pelo prazer da refeição e da companhia. Entre status e família, vamos descobrindo até onde as pessoas estão dispostas a ir para defender o que é seu e impedir o seu pequeno mundo de cair por terra."

 
Critica:
Comparado por muitos ao livro "Em parte Incerta" este é mais um dos romances que conquistaram a crítica e arrasaram as tabelas de livros mais vendidos. Inspirado na notícia do assasinio de uma sem abrigo em barcelona por um grupo de adolescentes,nasceu "O Jantar".
 
O livro é narrado na primeira pessoa por um quarentão casado à vinte anos e que se considera feliz. Irmão de Serge, candidato a primeiro ministro  que escolheu um restaurante elegante e luxuoso  para o jantar,reflete sobre a necessidade da hipocrisia social, enquanto revela um desconforto exaustivo em situacões sociais forçadas. E é ai que o autor nos ganha: na identificação com a personagem. 
O jantar é o contexto perfeito,os capítulos estão dividos por pratos,e sentados a mesa num clima de tensão, são discutidos temas como a familia, o rascismo, a xenofobia, a politica e a homosexualidade. À medida que o jantar decorre, sentimos que um final trágico se aproxima e é essa a sensação que nos impede de parar de o ler.
 Creio que a atribuicao do prémio a este livro prende-se com a narrativa inteligente que funcionou muito bem destacando o psicológico no thriller.  Repleto de segredos, privilégios, violência e loucura, este livro  desmascara o perturbador enredo familiar e leva-nos a questionar o que realmente é uma familia: um conjunto de pessoas doentes o suficiente para fazerem o necessário e até o condenável, para protegerem os seus?
 
 O mais interessante é que o livro nos dá espaço para colocarmos a questão a nós mesmos: "até onde era capaz de ir para proteger quem amo?" Este livro é uma espécie de manual monstro, sobre como o amor incondicional pode ser periogoso e anular a ética e a moral. 
 
No final, tomei a leveza do fim do livro por sátira, só para não me indignar com toda a subtileza provocatória e imoral do autor.
Recomendo!

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