Whatever Works
Realizador: Woody Allen
Elenco: Evan Rachel Wood, Larry David, Henry Cavill
Ano: 2009
Duração: 90 min.
Pontuação: 4/5
Boris Yellnikoff é um velho mal-humorado que tem por hábito insultar os seus alunos de xadrez. Como especialista em física quântica e ex-professor universitário, considera-se o único capaz de compreender o ser humano, e o caos que o universo verdadeiramente é. Sofre de ataques de pânico devido à presente consciência da morte, é inseguro e hipocondríaco. Boris vive num complexo de superioridade, que o faz considerar estar rodeado de ‘vermes’ ignorantes e consequentemente privilegiar a sua própria companhia ao invés da dos outros. Um dia no fim de mais um discurso pessimista com os amigos, e prestes a entrar no seu apartamento, é abordado por uma jovem que lhe implora por comida. Ele nega, mas acaba por atender ao pedido, deixando- a entrar em sua casa contrariado. Percebendo a situação difícil da jovem, Boris permite que ela fique no apartamento por alguns dias (salientando o fato de que uma ignorante como ela nuncasobreviveria em NY só por ser bonita). A verdade é que ela instala-se, o tempo passa e não há maneira dela abandonar o apartamento. Até ao dia em que confessa a Boris estar apaixonada por ele.
Como fã, quase filha de Woddy Allen, e da sua capacidade de ver “o quadro todo”, sou um bocadinho suspeita em relação à opinião que crio dos seus filmes. Reconheço muitos traços da sua personalidade em mim mesma, daí que entendo perfeitamente o seu ponto de vista, o seu mau humor (que me sabe sempre tão bem!), as suas teorias conspiradoras sobre a insignificância dos nossos atos, etc.. A reflexão critica que faz sobre as relações, o sexo, a ciência,a religião, a política, e até mesmo a morte, são sobretudo de uma perspicácia indiscutível. (Apesar do tom sarcástico que apresentam)
Ao contrário do que esperava com o aviso prévio que faz no início do filme, não achei um filme assim tãoooo negativo, aliás, dei por mim a rir-me sozinha em vários momentos e a desejar um dia viver numa cidade tão confusa, miserável e excitante como NY. Por outro lado, a escolha do Larry David como protagonista pareceu-me uma escolha acertada. Como co-criador de Seinfeld e a maior inspiração para o papel do George Constanza (que só por acaso é a minha personagem preferida da série), conseguiu representar as particularidades do Woddy (melhor só mesmo o próprio!), e ainda dar as suas boas graças de sinceridade agressiva.
Aconselho!
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