À Procura de Alaska

 

Título:  À Procura de Alaska

Autor:  John Green

Ano:  2012

Número de páginas:  256

Classificação:  5/5

 

Síntese: Justificando-se com as últimas palavras do escritor François Rabelai "Vou procurar um Grande Talvez", Miles Halter decide ir para a escola de Culver Creek. Ao lá chegar, Miles conhece o que irá ser o seu companheiro de quarto: Chip  também conhecido por " Coronel".  Ironizando o fato de Miles ser esquelético Chip, apelida-o de “gordo”, e apresenta-o a Alaska Young. Alaska, a rapariga pela qual Miles se irá apaixonar e viver  várias aventuras, mostrando-lhe  um lado do "Grande Talvez", que ele não conhecia.

Assim como Miles vivia em busca do "Grande Talvez", Alaska questionava-se sobre como iria sair daquele labirinto, defendendo que: "imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia (...) Passamos a vida toda presos no labirinto, pensando em como escaparemos um dia, e o quão maravilhoso será. E pensarmos no futuro mantêm-nos inteiros, mas nunca faremos nada disso. De uma hora para outra tudo muda, transforma-se, e acabamos por gastar o futuro, para fugir do presente.”

 

 

 

 

Critica: Do escritor que conquistou o coração dos leitores com o livro (agora adaptado no cinema), “A culpa é das estrelas”, este é um livro espantoso. Devo dizer que há muito tempo não lia um livro tão “leve” e tão bem escrito, que nos enrola numa teia de emoções fortes.

Miles é o eterno adolescente magricelas, que passa despercebido,  tem sérias dificuldades em interagir socialmente e fazer amigos e ainda tem por hábito coleccionar as últimas palavras  das grandes personalidades, no leito da morte. 

Alaska (aos sete anos os pais permitiram que mudasse o seu nome de Mary para Alaska), é a prova de que uma mulher cruel, é uma mulher perdida. Esta personagem revela-se como a mais inteligente, gostosa e imprevisível das mulheres: num dia consegue mostrar a maior frieza e indiferença, no outro mostra-se disponível, engraçada e generosa, com um charme infantil que só ela conseguia ter. (Nesta perspectiva tenho que assentir, nós mulheres não somos, de todo, os seres mais simples de compreender. E aí reside, e em muito, o nosso encanto). Viciada em metáforas pretensiosas, Alaska veste-se de uma mulher que se autodestrói conscientemente, tentando combater a impotência humana. A certa altura esta refere que “eles fumavam por prazer, e ela para morrer” e que Miles “amava-a quando ela o fazia rir, bebia, e via filmes pornográficos com ele, e não quando estava triste, mal-humorada, e maníaca.”

Alaska representa a mulher emancipada, lúcida e ambiciosa, que se perde em refúgios trajados de vícios, enquanto não encontra as respostas que precisa para acabar com o seu sofrimento. A verdade é que acaba, ela própria, por deixar atrás de si um rasto infinito de dúvidas.

Este livro permite que nós, os leitores, encaremos as nossas escolhas, examinemos o sofrimento e o nosso posicionamento em relação à irremediável morte, mas principalmente:  analisemos a derradeira dúvida dentro de nós, à espera de ser respondida.

Um livro fácil de ler, uma história inebriante, um enredo apaixonante, que li em apenas 24h.

Aconselho!