A elegância do ouriço
Título: A elegância do ouriço
Autor: Muriel Barbery
Ano: 2008
Número de páginas: 280
Editora: Editorial Presença
Classificação: 5/5
Síntese: Este romance decorre num edifício situado num bairro rico de Paris habitado por uma burguesia rica e snobe. Renée é uma porteira de 54 anos, cultíssima e autodidacta mas que se esconde por detrás da figura humilde que todos esperam ver numa porteira. Paloma é uma adolescente superdotada de 12 anos, intensamente consciente da vacuidade do destino que a espera. Também ela se esforça por esconder a sua inteligência e o olhar demasiado lúcido com que encara o mundo e a elite a que pertence. Mas tudo isso mudará com a chegada ao prédio de um novo morador, o japonês senhor Ozu.
Critica: Este livro foi-me emprestado por uma amiga que me prometeu que iria adorar cada parágrafo. Não me enganou. É um livro incrível, definitivamente recomendável para quem tal como eu, tem um fraquinho por questões da filosofia.
A autora retrata uma sociedade mascarada de flacidez e pretensão, onde através das vozes alternadas de Renée e Paloma, se discutem conceitos como arte, beleza, inteligência, natureza, amor.
Se as constantes referências a autores clássicos da literatura, me enfeitiçou desde a primeira página, a abrangente alusão à cultura oriental, que já despertava em mim algum interesse, manteve-me a curiosidade acesa durante todo o livro.
Não sei bem o que dizer sobre este livro, ou como posso dizê-lo sem cometer um lapso imperdoável. Não quero adiantar nada de especifico sobre o enredo porque seria um crime impedir-vos de o descortinarem e de o desfrutarem inteiramente.
Uma coisa é certa: acredito que há livros que são a nossa aldeia, o nosso bairro, a nossa varanda. Que fazem parte da comodidade do nosso quotidiano, da normalidade do nosso ambiente. Neste livro encontrei, finalmente, a minha casa.
Este livro acolheu-me com conforto e comodidade, com a compreensão de um ponto de vista que pensava ser meu e só meu, e de vivências que nunca foram pronunciadas em voz alta.
A cereja em cima do bolo são as características excecionais de cada uma das personagens: Senti automaticamente que juntas são muito do que fui e ainda sou, e dei por mim a cantarolar baixinho que um dia espero ter o privilégio de ter uma neta como a Paloma.
Fechei o livro com um pequeno pensamento que me ficou cravado no peito:
“Quem rejeita a eternidade, colhe a solidão. E ainda assim, uma camélia apenas, pode alterar um destino e salvar uma vida.”
Comentários
Não foram encontrados comentários.