A Seleção
Título: A Seleção
Autor: Kiera Cass
Ano: 2012
Número de páginas: 242
Classificação: 3/5
Sinopse: Para trinta e cinco jovens, a “Seleção” é a oportunidade de uma vida. Numa sociedade futurista em que os E.U.A, se tornaram no Estado Americano da China e posteriormente em Illéa,( um país jovem com uma sociedade dividida em castas), a competição que reúne jovens mulheres para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar a uma realidade imposta e sem oportunidades.
Critica: Quem gosta de ler e se encontra mais ou menos a par do mundo dos livros, já encontrou concerteza alguém a falar deste livro, que é o primeiro livro da saga A Seleção. ( o segundo livro, é A Elite e o terceiro e último, A Escolha).
Deste livro, gostei muito da sociedade distópica que Kiera Cass criou, e que ultimamente parece estar tão em voga na literatura. Contrariamente à sociedade dos Jogos Vorazes e do Divergente, o governo não se mostra opressor. A sociedade , no entanto, está dividade em 8 castas, sendo que a 1º diz respeito à família real e a 8º àqueles desgraçados que literalmente não têm onde cair mortos.
A verdade é que numa sociedade fortemente empobrecida, onde a desigualdade social é tão dramática, a seleção parece-me um acontecimento que pode fazer fazer sentido na prática , mas também se revela profundamente machista e oportunista . Primeiro, porque pressupõe que 35 jovens estejam à mercê dos interesses e decisões de um principe, que tem o direito de controlar o que comem, o que vestem, onde vão, com quem estão, como falam e como se comportam. Por outro lado, os verdadeiros motivos que levam as jovens a inscrever-se na seleção são oportunistas: a maioria sofre de problemas financeiros, e ao serem selecionadas, mais do que dinheiro, ganham o estatuto de casta 3. As restantes, procuram uma vida de luxo e poder ao serem coroadas rainhas.
A narradora é a personagem principal, America Singer: uma artista da casta Cinco, que apesar de viver muito modestamente, nem sequer coloca em hipótese candidatar-se ao reino. No entanto, devido à pressão da mãe e de Aston( o rapaz que amava) , acaba por ser uma das 35 selecionadas.
Logo na sua primeira noite no palácio, esta tem uma espécie de ataque de pânico, e acaba por conhecer o príncipe em circunstâncias anómalas: tinha acabado de desmaiar e encontrava-se nos jardins do palácio seminua e a chorar. Ainda assim, America ganha a oportunidade de ir conhecendo melhor o príncipe e descobre, contra as suas expectativas, que este consegue ser bastante generoso, educado, engraçado e charmoso.
No entanto, e apesar do seu relacionamento ter acabado, ela não consegue esquecer Aspen, e faz um acordo com o príncipe: ela ajuda-o a escolher a esposa dos seus sonhos, e ele, em contrapartida, permite que esta viva o máximo tempo possível no palácio.Mais tarde quando o princepe confessa estar apaixonado por ela, surge Aspen que foi escolhido como guarda do palácio, e que pretende reconquistá-la a todo o custo.
E está aqui criado o drama da personagem principal: escolherá ela o seu primeiro amor, Aspen, com quem sempre sonhou casar? Ou o generoso, surpreendente e romântico Princepe Maxon?
A autora deixou o final do livro em aberto, e ganhou pontos por isso. Gostei muito dos pormenores “históricos” em que se refere à terceira guerra mundial e aos conflitos entre os E.U.A, a China e a Rússia. A autora poderia aí ter aprofundado mais o tema, que foi exatamente o que mais me agradou no livro, até porque entre banquetes, vestidos e a disputa por um príncipe, existe uma forte crítica social e politica que só os mais distraídos não reparam.
Segundo percebi a saga iria passar a série, e o que encontrei na internet foi este excerto:vimeo.com/70331852
Não tendo a certeza absoluta que o vídeo pertence à série do filme, se esse for o caso, não foi preciso mais de um minuto para perceber que quem escreveu a série não deve ter lido o mesmo livro do que eu. Não sei que raio de princepe é aquele, mas com certeza não é o Maxon. Já a America é ruiva, não sei qual é o sentido de a colocarem loira na série. Enfim, coisas que não entendo.
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