Arlington Park
Autor: Rachel Cusk
Editora: Edições ASA
Ano: 2007
Número de páginas: 256
Classificação: 3/5
Síntese: “Ao longo de um único dia, o bairro de Arlington Park é o elegante cenário no qual as vidas de cinco mulheres vão ser expostas. Juliet, inconformada com o papel que o casamento lhe reservou; Amanda, cuja obsessão pelo trabalho doméstico esconde o seu lado mais sombrio; Solly, prestes a dar à luz o seu quarto filho; Maisie, que tenta desesperadamente aceitar a pacatez da sua nova vida longe de Londres; e Christine, a optimista, que se prepara para reunir as suas vizinhas num jantar cujo desfecho é absolutamente imprevisível. Aparentemente, estas cinco mulheres têm tudo para serem felizes e, contudo, sentem-se manietadas pela frustração, os desejos reprimidos, o ódio e até a ocasional loucura. São esposas e mães que se refugiaram há muito num convencionalismo que as protege, principalmente da própria vida.
Critica:
Este livro é um retrato fiel das diferentes mulheres de hoje, e dos seus seus desejos e medos
A mente feminina é destilada, e damos por nós na pele de uma esposa, mãe, e dona de um mundo de frustrações e sonhos abandonados pelo caminho. Confrontada com as diversas alternativas à realidade familiar após o “felizes para sempre” devo confessar que fiquei um bocadinho receosa. Não por ingenuidade, ou falta de contacto com a verdadeira realidade, mas com o fato das autora ter expressado diferentes sentimentos e pensamentos num tom continuamente negativo e fatalista.
O livro quase é uma espécie de um manual sobre todas as situações menos felizes do dia-a-dia de uma mulher que tem tudo para ter uma vida perfeita.
Num ambiente perturbador, à altura de "Donas de casa desesperadas", o descontentamento destas mulheres é unanime. Presas numa apatia diária, fruto de uma insatisfação crónica sobre as suas vidas e sobre si mesmas, o ressentimento que estas mulheres nutrem pela própria família é assustador.
A escrita da autora, apesar de ser bastante feminista e intimista, peca por uma descrição demasiado detalhada das situações, o que acaba por tornar-se maçadora. Ainda assim, a sua capacidade de nos fazer sentir próximos das personagens não deixa de ser reconfortante.
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