Em parte incerta

Autor: Gillian Flynn

Editora: Bertrand Editora

Ano: 2012

Número de páginas: 511

Classificação: 4/5

Síntese: ”Uma manhã de verão no Missouri. Nick e Amy celebram o 5º aniversário de casamento. Enquanto se fazem reservas e embrulham presentes, a bela Amy desaparece. Com a pressão da polícia e dos media, Nick começa a desenrolar um rol de mentiras, falsidades e comportamentos pouco adequados. Ele está evasivo, é verdade, e amargo - mas será mesmo um assassino?  Nick, apoiado pela gémea Margo, assegura que é inocente. A questão é que, se não foi ele, onde está a sua mulher? “

Critica: Já andava para ler este livro à meses… Conheci a autora através  do “Lugares Escuros” , um livro bastante recomendado para quem como eu, gosta de um bom thriller. 

Entretanto o mundo enlouqueceu numa febre de elogios ao filme, e decidi que me recusava a ver o filme antes de ler o livro. 

E asseguro-vos, fez jus a cada recomendação e critica positiva. Posso dizer-vos que no dia em que o abri foram poucas as coisas que fiz. Naquele dia devorei as 515 páginas sem conseguir largá-lo.

Este livro é uma caricatura à realidade da evolução das relações, nomeadamente à do casamento. Faz-nos questionar sobre até que ponto conhecemos aqueles que nos rodeiam, até que ponto podemos confiar nas pessoas que estão mais presentes na nossa vida, e numa espécie de montanha russa de acontecimentos, a autora brinda-nos  com uma certa esperança macabra, que faz questão de aniquilar numa reviravolta de 360 graus.

Se por um lado é muito interessante sentir as personagens pela óptica dos locais (a autora apresenta uma descrição bastante credivel entre a realidade nova iorquina , e o dia-a-dia do Missouri), peca por uma certa previsibilidade na primeira parte do livro, onde as "pistas" do mistério tornam-se demasiado óbvias. Mais tarde, quando começamos a descortinar a verdade, encontramos algumas falhas aqui e ali, demasiados fantasiosas para serem crediveis.

Na minha opinião o que torna o livro incrivel é a construção da personagem Amy, fruto de uma perspicácia criativa e de um profundo conhecimento psicológico da autora. (À medida que ia lendo o livro, repetia-se um único pensamento na minha cabeça "Gillian tem uma mente perturbada, só pode.") A sensação de nos identificarmos com uma determinada personagem em tantos aspetos e mais tarde descobrirmos que a mesma personagem é totalmente desiquilibrada, é aterrorizante.

Ainda assim o final do livro deixou-me à nora de tão utópico. Esperava algo muito menos chocante e muito mais autêntico.

Ainda assim, é um dos melhores livros do género que já li.

 

 

Comentários:

Não foram encontrados comentários.

Novo comentário