Filipa de Lencastre – A rainha que mudou Portugal

 

Título:  Filipa de Lencastre – A rainha que mudou Portugal

Autora:  Isabel Stilwell

Ano:  2007

Número de páginas:  536

Classificação:  4/5

 



Síntese: 

Filipa de Portugal morreu de peste negra, tal como a sua mãe, a 15 de Julho de 1415, com 55 anos. Mulher de uma fé inabalável, conhecida pela sua generosidade, empreendedora e determinada a mudar os usos e costumes de uma corte tão diferente da sua, Filipa de Lencastre deu à luz, aos 29 anos, o primeiro dos seus oito filhos. A chamada Ínclita Geração, que um dia, como ela, partiria em busca de novos mundos e mudaria para sempre os destinos da nação.

Frei John, o seu tutor, já tinha previsto o seu destino nas estrelas: nasceu Phillipa of Lancaster, filha primogénita de John of Gaunt, que aos 29 anos deixou para trás a sua querida Inglaterra para se casar com D. João I de Portugal. Num romance baseado numa investigação histórica cuidada, Isabel Stilwell conta-nos a vida de uma das mais importantes rainhas de Portugal. Desde a sua infância em Inglaterra, onde conhecemos a corte do século XIV, à sua chegada de barco a Portugal onde somos levados numa vertigem de sentimentos e afectos, aventuras e intrigas.

 

 

Critica:


Em primeiro lugar, e para quem como eu, tem um carinho muito especial pelo passado histórico, vai adorar este livro. Primeiro porque nos retrata pormenorizadamente a cultura inglesa: os seus costumes e tradições, as suas cidades e palácios, os seus objetos e hábitos do dia-a-dia, e claro, uma educação de cortesia e formalidade, que era tão diferente da nossa! (e que ainda hoje o é, infelizmente) A autora consegue assim descrever a Inglaterra e o Portugal medieval de forma excecional, transmitindo o ambiente da época nas cortes.

Quando comecei a ler o livro julguei imediatamente a princesa demasiado “vulgar”, considerando que lhe faltava personalidade. (confesso que a comparei, injustamente, à minha rainha preferida: a mítica Anne Boleyn).

 Após uns bons capítulos comecei a entender melhor a “personagem”. Filipa não era a filha mais bonita, nem a preferida dos pais. Apesar de loira como a mãe (considerada a mulher mais bonita de Inglaterra), era demasiado pálida para ser considerada bonita, e a sua timidez e obsessão pela esfera religiosa tornavam-na ainda menos atraente. Ao contrário da irmã, gostava de passar os dias com o Frei John a estudar, e julgava o pai e toda a corte pela exuberância e pecados que ostentavam. 

Depois de uma série de acontecimentos históricos, Filipa encontra-se com 28 anos e solteira. No entanto, devido ao interesse que o seu pai mantinha por Castela, Filipa casou-se com D.João I, no Porto em 1387. Daí em diante a sua vida mudou, e Portugal mudou com ela.

 A autora conseguiu retratar o sentido empreendedor, bondoso e determinado da rainha. Aliás, os seus filhos são a prova da educação incutida e dos contatos estabelecidos, incentivando a famosa geração, em busca de um rumo que mudou o mundo.

De todas as personagens, a descrição de  Nuno Álvares Pereira  foi,  provavelmente , uma das que mais me intrigou.

Por outro lado, até eu, que leio razoavelmente rápido, demorei semanas a mastigar este livro. E a culpa não foi do conteúdo nem da escrita, mas sim do tamanho. Compreendo que uma vida não cabe num só livro, mas eu para viver a minha, demorei séculos a ler estas 500 páginas.

No entanto, para quem tem muito tempo livre e gosta de romances históricos, aconselho!

 

 

 

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