Lugares Escuros

Autora: Gillian Flynn

Editora: Bertrand Editora

Ano: 2013

Número de páginas: 416

Classificação: 4/5

Síntese:

" Libby tinha sete anos quando a mãe e as duas irmãs foram assassinadas no Sacrifício a Satanás de Kinnakee, no Kansas.Enquanto a família jazia agonizante, Libby fugiu da pequena casa da quinta onde viviam e mergulhou na neve gelada de janeiro. Perdeu alguns dedos das mãos e dos pés, mas sobreviveu e ficou célebre por testemunhar contra Ben, o irmão de quinze anos, que acusou de ser o assassino.

 Passados vinte cinco anos, Ben encontra-se na prisão e Libby vive com o pouco dinheiro de um fundo criado por pessoas caridosas que há muito se esqueceram dela. Quando uma sociedade secreta obcecada por crimes localiza Libby, esta engendra um plano para lucrar com a sua história trágica. Por uma determinada quantia, ela estabelecerá contacto com os intervenientes daquela noite e partilhará as suas descobertas com o clube… Peça a peça, a verdade inimaginável começa a vir ao de cima, e Libby dá por si no ponto onde começara: a fugir de um assassino.”

 

Critica: A primeira coisa que me apercebi ao ler este livro é que comparado ao famoso “Em parte incerta” este livro revela-se mais completo, mais intenso e muito mais coerente.  Apesar da insistência da autora em contar a história intercalando o dia-a-dia atual de Libby, com os acontecimentos do dia do assassínio, existe uma certa credibilidade na montagem da história, e uma madurez na criatividade. Gillian conseguiu a proeza de retratar uma história tão realista como imprevisível ,doseada com uma  uma carga emocional enorme.

A personagem de Libby é simplesmente de uma perfeição grotesca e é o ponto fucral do livro. 

Libby é o que sobrou de um acontecimento traumático, com todas as precisões que isso implica. Uma mente profundamente consciente de si mesma, e ainda assim de uma fragilidade quase absurda, que se reconhece como “má pessoa”. Já o retrato da família marginal de Libby é de uma crueza impressionante e marcante. A sujidade e a imundice daquela casa quase disfarçam a carência de alimentos, de afetos, mas sobretudo de princípios.

Numa amálgama de amores platónicos, de relações conflituosas e de desequilíbrios adolescentes, a autora mostra-nos até onde o ser humano consegue ir, através de uma escrita tão real como desconcertante.

Aconselho!

 

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