Meia Noite e Dois

 

Autor: Stephen King

Ano: 1990

Editora: Bertrand Editora

Nº de pág: 494

Pontuação: 4/5

Sinopse: “Os dois contos do livro Meia-Noite e Dois: no primeiro, os passageiros de um avião comercial acordam num mundo vazio, presos numa fenda no tempo; no segundo conto, uma personagem psicopata acusa o seu autor de plágio.”

Critica: 

Neste livro, Stephen King  presenteia-nos com dois contos. 

No primeiro conto , apesar de já estar a contar com  o caracteristico e fiel medo, inerente aos livros de Stephen king , este apanhou-me de surpresa, e provocou-me pânico. 

Portanto,se fazem parte daquele grupo de pessoas que têm medo de andar de avião, não vos recomendo a leitura deste conto. Se ainda assim a curiosidade for mais forte (e ainda bem), boa sorte, porque esta viagem onde vão embarcar, não é de todo tranquila! Ainda assim, o mistério todo que envolve o enredo é tão estranho e indecifrável que o estafermo da curiosidade cresce a cada página que lemos.

 A diversidade e a caracterização das personagens até ao ínfimo dos pormenores é uma constante nas obras de King. Neste conto gostei especialmente da personagem do Craig Tommy, que apesar de ser um profissional de sucesso, mantém uma paranoia ridícula, e muito interessante, fruto da relação traumática com os pais: a existência de langories , criaturas que se alimentavam de crianças preguiçosas. São muitas as situações extraordinariamente ridículas, mas que com o encanto da escrita de Stephen se tornam reais, chocantes e nojentas. Por outro lado, durante todo o conto, a sensação da impotência, do medo do desconhecido, e depois,da compreensão de toda a situação, é no mínimo asfixiante.

Já no segundo conto, sem conseguir evitar a comparação com o primeiro, senti a vontade de ler a esbater-se lentamente. Enquanto no primeiro existiu uma grande carga de acontecimentos que se sucederam muito rapidamente, o inicio deste conto foi muito mais pacato e previsivel.

 A própria personagem principal, o cliché de um escritor recentemente divorciado e deprimido, não me despertou qualquer curiosidade. Só a mais de metade do conto é que me comecei a sentir presa à história em si. 

Mas são realmente as últimas páginas que revelam o seu verdadeiro valor: têm um forte peso emocional, aliado a uma confusão de certezas  que até à última linha me surpreenderam e me aceleraram o peito, mesmo após o fim da leitura. 

Não é à toa que Stephen King é o escritor mais bem pago do mundo, certo?

 

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