Por favor, não matem a cotovia
Título: Por favor, não matem a cotovia
Autor: Harper Lee
Ano: 1960
Número de páginas: 398
Classificação: 5/5
Síntese: Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. Através do olhar curioso e rebelde de uma criança, Harper Lee descreve-nos o dia-a-dia de uma comunidade conservadora onde o preconceito e o racismo caracterizam as relações humanas, revelando-nos, ao mesmo tempo, o processo de crescimento, aprendizagem e descoberta do mundo típicos da infância.
Critica: Este romance é baseado nas memórias familiares da autora Harper Lee.
A narradora é Scout , irmã mais nova de Jem e filha do sensato advogado Aticcus. Scout é uma menina inocente e corajosa, curiosa e maria-rapaz, que gosta de resolver tudo à pancada, ao contrário do irmão que é mais calmo e ponderado. Através do seu ponto de vista e das aventuras que vai vivendo, permite ao leitor descubrir de uma forma inacreditavelmente envolvente, o dia-a-dia sulista, principalmente a forma como a infância era vivida na cidade de Maycomb, nos anos da grande Depressão.
De uma prosa feita de retalhos mágicos, Harper Lee é realmente um fenómeno que não é indiferente a quem gosta de ler. O racismo é retratado de uma forma tão natural, e até inocente, que me permitiu entender a forma como estava enraizado na cultura daquela comunidade.
O livro deu origem a um filme homônimo, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 1962.
Podem ver aqui o trailer: www.youtube.com/watch?v=ks88MPOyoYc
Concluindo, este foi um dos romances mais completos que já tive o prazer de ler. Este ano foi de longe, a minha leitura preferida. É um livro que nos retrata de uma forma quase inata, os fatos históricos e sociais de uma forma minuciosa e ao mesmo tempo empolgante, que nos descortina a pureza da infância, de um ponto de vista realmente autentico, e ainda solta algum mistério no ar. É um livro que nos dá espaço e tempo para a imaginação, para a reflexão e sobretudo, para o deleite de uma escrita tão interessante como saborosa.
Aconselho mesmo muito.