Quando éramos mentirosos

Autor: E. Lockhart

Ano: 2014

Número de páginas: 312

Editora: Edições Asa

Classificação: 5/5

Síntese: “A família Sinclair parece perfeita. Ninguém falha, levanta a voz ou cai no ridículo. Os Sinclair são atléticos, atraentes e felizes. A sua fortuna é antiga. Os seus verões são passados numa ilha privada, onde se reúnem todos os anos sem exceção. É sob o encantamento da ilha que Cadence, a mais jovem herdeira da fortuna familiar, comete um erro: apaixona-se desesperadamente.

Cadence é brilhante, mas secretamente frágil e atormentada. Gat é determinado, mas abertamente impetuoso e inconveniente. A relação de ambos põe em causa as rígidas normas do clã. E isso simplesmente não pode acontecer. Os Sinclair parecem ter tudo. E têm, de facto. Têm segredos. Escondem tragédias. Vivem mentiras. E a maior de todas as mentiras é tão intolerável que não pode ser revelada."

Critica: Em primeiro lugar: a escrita é absolutamente encantadora. Prende-nos desde as primeiras páginas numa mistura curiosa de metáforas exageradas com uma delicadeza primaveril.

O livro está escrito na primeira pessoa,  por uma jovem de 18 anos, proveniente de uma família de aristocratas. As suas reflexões mórbidas na busca pelas memórias que perdeu após o acidente mostram a forma como subjetiva a sua vida e o mundo a que pertence.

 A verdade é que apesar de pertencer a uma família grande, rica e com uma educação acima da média,  Cadence critica avidamente a sua família pela futilidade e superficialidade.

Cadence passa todos os verões na ilha particular do seu avô, onde cresceu ao lado de Johnny, Mirren e Gat: os Mentirosos. Sempre unidos, trocavam segredos e divertiam-se a explorarar a ilha. Inevitavelmente Cadence apaixona-se por Gat , o único mentiroso que não pertence à familia. 

Pessoalmente Gat nunca me conquistou e o romance entre eles nunca me inspirou confiança. No entanto é esse mesmo romance um dos assuntos mais retratados no livro, e uma das várias peças do puzzle que Cadence esqueceu no verão do acidente. 

 Dois anos após o acidente, quando esta regressa à ilha e aos mentirosos para passar o verão,  começa a recuperar ao pouco a memória e descobrirá que a verdade pode ser bem diferente daquilo que  imaginava. 

O enredo recordou-me uma infância já perdida, ao mesmo tempo que me alertou para a razão pela qual a perdi. 

É um livro que engana, pesa pouco mas esconde chumbo! Possui um dos finais mais chocantes e bem elaborados de sempre. 

Surpreende e convida-nos a refletir sobre o egoísmo do ser humano.´

Recomendo muito!

 

 

(A imagem da capa que pus é do livro brasileiro. O pobre português continua sem saber publicar livros. Seja o titulo, seja a capa, ambos são chatos, feios e passam despercebidos por mais um romance manhoso. Já era tempo de alguém se dar conta destes pormenores que fazem toda a diferença.)

 

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