Breakfast At Tiffany's

 

Realizador: Blake Edwards

Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen

Ano:1961

Duração: 1h25

Pontuação: 4/5

 

"Breakfast at Tiffany's" é adaptado da obra de Truman Capote, e conta a história de Holly Golightly, uma jovem acompanhante de luxo que se mudou para NY com dois grandes objetivos:  casar com um homem rico,  e tornar-se uma atriz de Hollywood. Ao mudar-se para Nova Iorque, Holly passa a ser financiada por Sally Tomato, um mafioso que está preso que esta visita semanalmente. Um dia Holly conhece o seu novo vizinho, um escritor chamado Paul, que para ganhar a vida, é amante de uma decoradora casada. A verdade é que estes tornam-se amigos instantaneamente, e Holly insiste em trata-lo por Fred. (O nome do seu irmão que se encontra na guerra, e é a pessoa mais importante da sua vida).

 

Elegante da cabeça aos pés, segura de si , e no entanto sem saber muito bem quem é, esta é a Holly. Acorda de madrugada, e toma o pequeno almoço : um croissant e um café, em frente à montra da famosa , Tiffany’s. Porquê? Porque é o sítio onde se sente mais segura, como “se nada de mau ali alguma vez pudesse acontecer”.

 Isso revela muito sobre a sua personalidade, a sua ansiedade e insegurança. Ela vive de um sonho, de uma luta: ser algo mais, viver por algo maior e melhor, e enquanto isso não acontecer não haverá mal nenhum em sair com 26 homens num mês, nem em fechar-se no quarto, trancar o telefone na maleta da sala, e presentear-se com os tampões de ouvidos mais bonitos que alguma vez vi. Disfarçado de comédia romântica,  este filme aborda um mundo que me tocou, um mundo real e feminino cheio de inquietações, dúvidas, medos, arrependimentos, e erros atrás de erros. 

Aterrorizada por se ver aprisionada por  algo/alguém que não a faça sentir o mais segura e feliz possível, Holly entende que não deve pertencer a ninguém, não deve possuir nada, enquanto não encontrar a perfeição que merece. Daí usar os homens  que se encantam por ela, daí  não ter dado um nome ao seu gato, que chama apenas de “gato”, até que o destino dos dois mude e encontre a estabilidade merecida.

O inicio do filme pareceu-me uma caracicatura  tão exagerada da realidade, que na cena da festa em casa de Holly dei por mim a rir, rir, rir sozinha , feita anormal. Desde relógios nos tornozelos, a mulheres tão fáceis que as temos que atirar (literalmente) para cima de outros, a solteironas que choram em frente ao espelho. (Fez-me lembrar um vídeo de humor brasileiro que podem ver aqui:! www.youtube.com/watch?v=mwJ8eMoZriQ )

Já à algum tempo que não choramingava num filme como choraminguei neste. Apesar de bastante previsível, a cena da chuva foi demais para mim: o gato todo molhado super fofinho, a música de fundo certa, e todo um cenário, que nos transforma em moscas, que vivem tanto o momento como os próprios atores. 

E claro, aquela Moon River lindissima, faz realmente a diferença. Por outro lado, nada é mais atraente , entusiasmante e apaixonante, que uma mulher elegante e confiante, que esconde em si a fragilidade e a brutalidade de uma menina.

 Este filme surpreendeu-me pela positiva.  Sendo um filme tão admirado pela comunidade feminina, acabei por criar  o preconceito de ser mais um cliché de Hollywwod, cheio de diálogos à Nicholas Sparks. Contrariamente, este é um filme surpreendentemente imprevisivel, principalmente se pensarmos ter sido feito apenas na década de 60.

Aconselho!